Os canabinoides são moléculas de baixa toxicidade. O seu uso controlado é seguro e apresenta baixos riscos aos usuários que utilizam de forma frequente ou moderada.
O uso medicinal requer orientações e disciplina para que trazer os resultados esperados sem nenhum efeito colateral se destaque mais do que os benefícios que a substância pode trazer.
Até hoje poucas contraindicações foram detectadas cientificamente junto ao uso de canabinoides. O que vemos com mais frequência são efeitos colaterais em decorrência da sobreposição da substância por conta do uso de outros medicamentos que o paciente já esteja ingerindo, ou efeitos colaterais relacionados a uma quantidade excessiva de THC.
Quando a cannabis é usada para fins recreativos (no universo médico chamamos isso de “uso adulto”) é preciso considerar que o objetivo do uso se destina a composições ricas em THC e seus efeitos colaterais mais conhecidos, como a alteração da percepção da realidade e a euforia (sensação de alegria).
Porém, quando o uso da Cannabis é para fins medicinais, outras composições de canabinoides podem ser prescritas, reduzindo consideravelmente todos os efeitos colaterais.
Cabe ressaltar que não há registros médicos que relatam overdose por Cannabis. Usuários crônicos às vezes têm certos problemas de saúde, mas que ainda são difíceis de serem comprovados cientificamente. Os efeitos dependem da frequência do uso, da dose e da tolerância desenvolvida pelo usuário. Acreditamos que o THC gera sim tolerância. No entanto, as informações clínicas atualmente disponíveis sugerem que o CBD não.
Entre os efeitos colaterais que notamos até hoje temos:
O aumento no débito cardíaco, taquicardia e da pressão arterial. Cuidados especiais devem ser tomados quando os pacientes têm problemas cardíacos. A frequência cardíaca pode aumentar – dependendo da dose, é claro. Este efeito é absolutamente temporário.
O THC também pode causar hipotensão ortostática (ou postural). Isso é desencadeado por mudanças repentinas ou rápidas na postura, quando se levanta de uma posição agachada ou reclinada – o famoso “teto preto”.
A cannabis atua nas áreas que regulam a atividade motora. Existe uma alta densidade de receptores CB1 no cerebelo, que regula essencialmente a coordenação motora e o equilíbrio. A intoxicação aguda por THC causa discordância motora e alterações no equilíbrio, também totalmente reversíveis.
Tarefas de aprendizado também podem ser afetadas, assim como a capacidade de concentração. Isso muda de pessoa para pessoa. Há também uma relação direta com a dose tomada e a composição do produto. Escrever, dirigir e operar máquinas podem sim ser afetados, dependendo da tolerância do usuário, da experiência de uso e da duração do tratamento.
Doses altas de THC causam uma alteração na motilidade, com tendência a hipotonia e hipomotilidade, com um efeito relaxante e indutor do sono. Esta posologia pode ser ou não benéfica para quem está consumindo a substância.
É tudo uma questão de finalidade. O consumo da cannabis medicinal – igual a qualquer outro medicamento – pode trazer vários benefícios a seus usuários. O mais importante é que as pessoas conheçam a sua finalidade, os seus limites e entendam qual dosagem funciona melhor para o próprio problema.
Fontes:
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