A medicina funcional é uma medicina personalizada e individualizada.
Trata o sistema inteiro, não apenas os sintomas.
A medicina funcional nasce ao redor do início dos anos 90 nos Estados Unidos. O conceito proposto era uma prática que não avaliasse apenas sintomas isolados para diagnosticar e tratar os doentes, mas sim, investigar causas e potencializadores em diferentes quadros clínicos. Ao mudar o foco tradicional da prática médica – tradicionalmente centrada na doença – para um olhar focado no paciente, a medicina funcional se propõe a enxergar a pessoa como um todo, e não apenas um conjunto isolado de queixas.
Profissionais da medicina funcional passam um tempo maior com os pacientes, ouvindo as suas histórias e observando as interações entre fatores genéticos, ambientais, de estilo de vida e alimentação. Essa prática visa entender o que pode influenciar na saúde a longo prazo, facilitando vulnerabilidades e até conduzir o organismo a desenvolver doenças crônicas complexas.
Quando temos uma disfunção de saúde queremos ser mapeados de maneira que se possa descobrir não só o problema, mas principalmente a sua causa. E é isso que a medicina funcional faz: descobrir a origem da disfunção de cada paciente, agindo não apenas no sintoma, mas na sua fonte, na raiz.
A medicina funcional considera os fatores ambientais nos quais o doente está inserido: hábitos diários, impulsos e comportamentos inconscientes que podem afetar os sistemas gastrointestinal, imunológico e endócrino. Nessa linha de tratamento a alimentação e sua interação com cada indivíduo têm um papel fundamental no entendimento do quadro clínico.
Ouvir os pacientes, entender a sua orientação genética alinhada ao seu estilo de vida, investigar os históricos são parte do diagnóstico. A medicina funcional tem um olhar cuidadoso para o sistema imunológico, as alergias, e como funciona o intestino dos pacientes. O câncer e as doenças autoimunes historicamente derivam bastante do mau funcionamento desses mecanismos.
Os sistemas digestivo e cardiovascular também são centrais no approach da medicina funcional. Eles representam estruturas muito importantes no organismo de qualquer pessoa, e normalmente são vilões consistentes na saúde e na qualidade de vida.
Ainda é comum vermos alguns erros de compreensão sobre essa linha de tratamento. A medicina funcional integra as práticas médicas ocidentais tradicionais com o que pode ser visto como medicina “alternativa” ou “integrativa”, criando um foco na prevenção por meio da nutrição, equilíbrio hormonal, exercícios físicos e meditação. Mas igual a qualquer outra prática, usamos os mais recentes testes de laboratório, análises avançadas e outras técnicas de diagnóstico para a comprovação científica e análise de resultados.
Combinações prescritas de medicamentos, vitaminas e minerais, medicamentos botânicos milenares, suplementos, dietas terapêuticas, programas de desintoxicação e técnicas específicas de controle do estresse representam tanta eficácia, ou mais, que os medicamentos alopáticos tradicionais.
Em um mundo onde medicamentos farmacêuticos contemporâneos têm a capacidade de curar e intoxicar ao mesmo tempo, a medicina funcional visa rever hábitos e analisar resultados com as ferramentas mais avançadas que existem, e desta forma mapear no indivíduo as suas fortalezas e fraquezas.
Isso garante um diagnóstico ainda mais preciso e um tratamento efetivo que não sacrifique a saúde e nem a qualidade de vida dos pacientes. E também evita uma situação muito comum nos dias de hoje, que é utilização de medicamentos para corrigir problemas metabólicos.