História da Cannabis Medicinal

Há registros de cultivo da cannabis já em 8000 A.C, e o primeiro relato de seu uso medicinal foi feito pelo imperador chinês Chen Nung em 2717 A.C.

Essa planta já passou pela história dos romanos, persas, egípcios, judeus, árabes e indianos, devido às suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, benefícios na insônia, desordens gástricas, febres, vômitos e também pelas suas propriedades de modificação de humor. No século 19, o médico irlandês Willian O’Shaughnessy, em seus estudos na Índia, tratou de um quadro de epilepsia refratária em uma criança (um tipo de epilepsia cujos pacientes têm múltiplas crises convulsivas durante o dia e os medicamentos habituais não conseguem controlá-las).

 

Naquela época o entendimento sobre o tema era bastante limitado e não haviam muitas opções de tratamento. O doutor, por experimento, ministrou ao seu jovem paciente uma tintura feita com a planta Cannabis Sativa.

Ele observou que os números e a frequência das crises convulsivas se reduziram. Willian então introduziu na medicina ocidental a Cannabis Sativa para o tratamento de epilepsia refratária, reumatismo, espasmos musculares, cólica menstrual e dor.

No século 20, em 1910, durante a revolução mexicana, imigrantes trouxeram à cultura dos Estados Unidos a forma recreacional da cannabis, e o seu uso começou ser associado a crimes. Notem que nessa época a cannabis era prescrita por médicos e vendida nas farmácias. Em 1915 a planta foi proibida para fins não medicinais.

De 1916 a 1937, jornais e revistas iniciaram uma forte propaganda associando a cannabis a crimes, desemprego e preconceito racial. Até que em 1937 ela foi proibida em todo território americano, e chegou a ser descrita como a droga mais violenta do planeta.

Felizmente, em 1996 na Califórnia, uma iniciativa conhecida como “o ato da compaixão”, modificou a lei em caráter estadual, permitindo que pessoas com câncer, anorexia, HIV, espasmos musculares, glaucoma, artrite, enxaquecas e outras doenças crônicas obtivessem legalmente o direito de utilizar e cultivar a cannabis para uso medicinal.

Atualmente 46 estados americanos possuem leis locais que favorecem o uso medicinal da cannabis. O Canadá e Israel também possuem programas aprovados pelo Ministério da Saúde que facilitam o acesso à planta e à informação relacionada a ela.

A cannabis também é aprovada em boa parte da Europa e em alguns países da América Latina. Colômbia, Chile, Uruguai e recentemente o Brasil retiraram o canabidiol da lista de substâncias proibidas e avançam rumo à regulamentação para uso medicinal.